A moda sempre esteve relacionada com o comportamento social, há uma relação muito forte entre moda e status. Isso é uma questão histórica e que permanece ativa até os dias atuais. A escritora Lurie (1997, p.129) conta que no antigo Egito só usavam sandálias os que pertenciam a uma classe social elevada. Tanto os gregos quanto os romanos controlavam questões como cor, tipo, a numeração das vestimentas e o tipo de bordado com que podiam enfeitá-las. Durante a Idade Média o controle sobre o vestuário ainda existia, mas não tinha muito sucesso. As leis sobre o que era permitido ser vestido duraram na Europa até 1700 aproximadamente. Isso só começou a sofrer mudança quando as barreiras entre a riqueza e a pobreza foram sendo superadas. A riqueza foi se transformando em nobreza e as cores que eram usadas para designar a alta sociedade começou a cair. A cor deixou de ser um aspecto de referenciação a riqueza, no lugar dela veio o alto custo das peças.
Mesmo os que não tinham condições suficientes para manter os modos de se vestir dos cavalheiros, gastavam com trajes finos. O que no século XVIII foi motivo de muitas críticas. Eles consideravam ridiculamente extravagantes as pessoas de baixa renda copiar os hábitos e estilo de se vestir dos mais nobres. Outra questão é de que somos julgados pelo que vestimos e as vestimentas em péssimo estado são associadas a mau caráter ou pessoa de integridade duvidosa.
É por essa questão que a vestimenta ganhou tanto valor para as pessoas. A moda passou a ser a representação do relacionamento do indivíduo com o seu corpo. Uma relação ligada ao material, mas também ao cultural. O ser humano começa a reconhecer o seu corpo como uma estrutura biológica, mas que também se autoproduz culturalmente através de suas manifestações e por isso consegue se expressar e se comunicar. Relacionando-se um com os outros e construindo uma identidade social. (RODRIGUES, 2009)
